Diferenças que somam

Extrair o melhor de cada um, respeitando as individualidades, pode gerar inovação e criatividade nas empresas.

As organizações não existem sem as pessoas. Hoje as organizações têm dado maior relevância às suas equipes, espaço este que vai muito além do trabalho em grupo autoadministrado.

As equipes são compostas por diferentes indivíduos, cada qual com a individualidade que vem desde a sua criação, como os valores e crenças, e até mesmo outros aspectos, como função psíquica predominante, tipo de inteligência, caráter, aptidões e cultura.

No que concerne à formação de uma equipe coesa e que realmente busque um aprendizado contínuo, tal equipe tem as seguintes características: comprometimento, competência e um objetivo comum.

A gestão de pessoas – especialmente na estratégia de lidar com as diferenças individuais dentro das equipes – é um aspecto importante nas organizações. Os indivíduos têm muitos aspectos em comum, como motivação, linguagem, mas também tem muitos pontos diferentes, como modo de pensar, sentir e agir. Apesar de fazermos parte de um mesmo gênero humano, somos muito diferentes um dos outros.

Assim, nossas diferenças individuais é que constituem a principal característica do ser humano. Utilizar essas diferenças do ser humano dentro das organizações é o grande desafio dos lideres.

Para melhor compreendermos como funcionam as pessoas dentro das organizações e em que medida suas diferenças refletem no trabalho do dia a dia, faz-se necessário entender as características individuais, baseados na psicologia do comportamento humano.

Segundo o Professor Idalberto Chiavenato, os princípios básicos do comportamento individual, como decorrência das características individuais e organizacionais, são os seguintes:

1 – As pessoas diferem em capacidade comportamental:
O tempo necessário para que uma pessoa possa para compreender uma idéia, ou solucionar um problema é diferente de uma pessoa para outra. As pessoas diferem em suas capacidades, tem um fator limitador.

2 – As pessoas têm necessidades diferentes e tentam satisfazê-las:
Os indivíduos podem ter mais de uma necessidade que os motivam dentro de uma empresa.

3 – As pessoas pensam no futuro e escolhem como se comportar:
As pessoas se comportam de uma determinada maneira para obter o que desejam.

4 – As pessoas percebem o seu ambiente em função das suas experiências passadas:
As pessoas recorrem aos seus arquivos passados como um computador. Para solucionar problemas presentes, elas buscam as informações armazenadas no cérebro, de algo parecido ou já vivido anteriormente. É por essa razão que aquilo que muitas organizações fazem para motivar comportamentos frequentemente produz comportamentos negativos e antiprodutivos de seus membros.

5 – As pessoas reagem afetivamente:
As pessoas sempre avaliam as coisas que experimentam; dificilmente ficam na neutralidade. Tal avaliação influencia os comportamentos futuros.

6 – Comportamentos e atitudes são causados por múltiplos fatores:
Sabemos que o comportamento é um fator tanto da pessoa, quanto da empresa em que ela trabalha. Mas as empresas podem controlar o comportamento utilizando dois meios: mudando um ou mais de seus determinantes principais ou restringindo as opções comportamentais disponíveis dos indivíduos.

Analisando essas características, fica mais fácil entender o que cada pessoa busca para si própria, as maneira de atingir os seus objetivos, através da associação a outras pessoas ou até mesmo a uma organização. Importante destacar que um gestor deve estar atento a essas características individuais dentro da sua equipe. É preciso que isso seja bem administrado.

Outros dois aspectos que o administrador deve tomar cuidado: o primeiro é a velha crença de que todas as pessoas são semelhantes, ou seja, “todas se parecem comigo”. Assim, se um gestor toma isso como verdade – se ele acredita que todas as pessoas compartilham de suas habilidades, crenças e valores -, isso passa a ser sua referência na tarefa de organizar as pessoas e incentivá-las a buscar um objetivo em comum, esquecendo que elas são diferentes. E o segundo aspecto é o uso de estereótipos preconceituosos sobre as pessoas, com base em sexo, raça e etnias.

Dentro de uma equipe, além dessas características individuais, existem as aptidões – as uma predisposições inatas para determinadas atividades. Essas aptidões físicas ou cognitivas podem ser desenvolvidas e auxiliam na resolução de problemas de uma equipe ou organização, fazendo com que um indivíduo melhor em planejamento possa auxiliar um que tenha dificuldade e vice-versa – esse que tem dificuldade em planejar pode ser melhor operacionalmente.

Para melhor visualizarmos a importância da individualidade nas equipe e nas empresas, segue o entendimento de Professor Idalberto Chiavenato:

“Assim, as diferenças individuais conduzem necessariamente à diversidade humana nas organizações. Hoje, em vez de tentar padronizar e homogeneizar o comportamento das pessoas, as organizações estão fazendo exatamente o contrário: incentivando a diferenciação, aproveitando a variabilidade humana e produzindo resultados a partir disso.” Comportamento Organizacional – pg.210 – Idalberto Chiavenato.

À vista do que foi exposto, percebe-se que a compreensão da individualidade de cada um e das aptidões, juntamente com a competência, faz a grande diferença em uma equipe de sucesso. Importante destacar a necessidade do gestor de trabalhar o que cada pessoa tem de melhor, podendo, de vez em quando, haver conflitos e discussões, o que, no meu ver, só fazem agregar inovação a equipe.

Por: Luiz Ricardo Sanderson Petterle

Coordenador de Produtos Corporativos - IDEBRASIL - Paraná.